O errado pode, também, dar certo!
Por Sérgio Raimundo
O(A) jogador(a) de futebol é [ou deveria] ser o centro do jogo. Toda a preparação semanal de uma equipe e tudo o que acontece durante um jogo tem como actor principal o jogador que é um ser biológico, com músculos, órgãos, etc.; um ser pensador e espiritual, com cérebro, pensamentos, ideias, desejos, etc.; um ser social com ideais, condicionantes de espaço e inserido numa cultura determinada. Como diria o professor Manuel Sérgio, o Ser Humano é ao mesmo tempo “o corpo, o espírito, o desejo, a natureza, e a sociedade”.
O jogo de futebol também é influenciado por todas as dimensões que influenciam o jogador e que atuam ao mesmo tempo durante os 90 minutos de um jogo.
Perguntamo-nos qual a melhor periodização? Qual o melhor conceito? Qual a melhor forma para vencer mais do que perder, porque sim, ninguém faz filosofia a perder jogos e ninguém cria modelos de periodização com base em derrotas. Mas a resposta, essa, é o complicado da questão...
Por um lado precisamos de um conceito sistêmico de totalidade e complexidade, por outro, como refere Paul Feyerabend (1986) no seu livro “Tratado contra o Método”, “o único princípio que não inibe o progresso é: tudo serve! (...) A ideia de um método que contenha princípios firmes, inalteráveis e absolutamente obrigatórios que governem a ação científica, tropeça com dificuldades consideráveis ao ser confrontada com os resultados da investigação histórica”.
A música de Charlie Brown Jr. "O errado que deu certo" pode estar mais certa do que errada. Algumas coisas podem parecer que estão erradas na perspetiva da Ciência moderna, mas isso não impede que se ganhem jogos, competições, títulos dessa forma. O errado pode, também, dar certo!